KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. Linguística textual: quo vadis?. DELTA, 2001, vol.17.
          
        O artigo científico "Linguística Textual: Quo Vadis?",  de Ingedore Grunfeld Villaça Koch, objetiva-se em questionar o futuro da Linguística Textual na atualidade e os obstáculos enfrentados para ajudar no desenvolvimento das ciências humanas.
         A autora inicia sua introdução explicando o que é a linguística textual. Ela diz que existem muitas concepções sobre o que é texto, e que é importante saber com qual desses conceitos de textos a linguística textual trabalha, pois cada um possui uma visão diferente sobre o que é texto.

         A autora diz que quando a linguística textual surgiu seu objeto de estudo era a coesão que estava ligada á coerência, pois ambas eram vistas como qualidades ou propriedades do texto. Mas depois da década de 80 o conceito de coerência foi ampliado. Para se ter coerência tem que haver uma interação entre texto e leitor, dependendo de uma série de fatores de ordens diversas. Além disso, a informalidade, a situacionalidade, a intertextualidade, a intencionalidade, a aceitabilidade, a contextualização, a focalização, consistência, e relevância se tornaram novos critérios de pesquisa sobre o texto.

         Koch fala que a situação atual da Linguística Textual mudou muito a partir da década de 80, quando houve um grande desenvolvimento das investigações no campo da cognição, pois muitos estudiosos da área começaram a se interessar mais pela linguística textual.

         A autora conta que a questão dos gêneros textuais voltou a ocupar um lugar de destaque nas pesquisas sobre o texto tornando-se um terreno próspero para novas pesquisas. Muitos pesquisadores atualmente consideram o gênero como um apoio das atividades  de linguagem. Eles estabelecem distinção entre os gêneros, discursiva e sequencias textuais. Desta forma o gênero ultrapassa a heterogeneidade das práticas de linguagem e faz surgir toda uma série de regularidades no uso.  

         A autora aponta duas obras que mostram o futuro da linguística textual. A primeira é a de R. de Beaugrande chamada " New Foundations for a Science of Text and Discourse: Cognition, Communication, and Freedom of Access to Knowledge and Society" de 1997, o autor da obra diz que a ciência do discurso e do texto deveria, construir seus modelos com base em uma agenda mínima. Que consiste em : a) definição dos objetivos; b) definição dos termos chave e conceito numa terminologia sistemática; c) acesso às atividades implicadas pela construção do modelo com ações cognitivas, discursivas e sociais.

         Outra obra importante é a "Texte als Konstitutionsforman von Wissen" de Antos & Tietz (orgs.) Die Zukunft der Textlinguistik ,nesta obra o autor defende a ideia de que textos são, formas de cognição social e sua contribuição na evolução do conhecimento, "é a de constituir-se em ponto de partida e de chegada na ancoragem da Linguística de  Texto no quadro de uma teoria de evolução cultural" (pag. 17). 
            Ingedore Koch conclui seu artigo dizendo que o texto nos permite organizar cognitivamente o mundo. Desta forma, a Linguística Textual se tornou um fortalecimento para novos caminhos e é também o ponto de partida inicial de muitos textos em diversas direções. A linguística textual sente necessidade de aumentar seu diálogo com as outras ciências se transformando em uma "ciência integrativa". Ela termina seu texto dizendo que a Linguística Textual "busca compreender e explicar esse objeto multifacetado que é o texto-fruto de um processo extremamente complexo de interação construção social de conhecimento e de linguagem". 

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